A presença de microalgas tóxicas no litoral de São Paulo acende um alerta para a saúde pública. A espécie Dinophysis acuminata foi identificada em cidades como Cananéia e São Sebastião, elevando os riscos associados ao consumo de moluscos bivalves. Medidas preventivas estão em andamento, mas a vigilância é crucial para enfrentar esse desafio ambiental.

Microalga nociva encontrada em SP provoca diarreia; recomenda-se evitar consumo de moluscos.

Créditos e Referência da Imagem

Alerta sobre Microalgas Tóxicas no Litoral de São Paulo

Recentemente, o governo do estado de São Paulo identificou a presença de microalgas tóxicas, da espécie Dinophysis acuminata, em vários pontos do litoral paulista. As cidades afetadas incluem Cananéia, Peruíbe e Praia Grande, no sul, bem como São Sebastião, no norte.

O Que São Microalgas Tóxicas?

As microalgas são organismos unicelulares microscópicos, e algumas espécies, como a Dinophysis acuminata, são capazes de produzir toxinas nocivas. Essa produção de toxinas está relacionada ao fenômeno conhecido como maré vermelha, que pode causar sérios riscos à saúde humana, especialmente através do consumo de moluscos bivalves.

Riscos à Saúde

Os moluscos bivalves, que incluem ostras, mexilhões, vieiras e berbigões, podem ser contaminados pelas toxinas das microalgas. Ingerir esses frutos do mar contaminados pode levar a sérios problemas de saúde, incluindo:

  • Diarreia
  • Paralisia
  • Tumores ou câncer no sistema digestivo
  • Risco de morte em casos severos

Medidas Preventivas

O governo, em nota técnica publicada no Diário Oficial do Estado, recomenda evitar o comércio e o consumo de moluscos bivalves provenientes do litoral paulista até que novos resultados sejam divulgados. Em resposta à situação, foi criado um plano de contingência que envolve as secretarias de Saúde, Agricultura e Abastecimento, e Meio Ambiente, com a colaboração da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).

Ações em Andamento

As autoridades estão realizando uma série de coletas de amostras de água do mar e de moluscos na região litorânea para análise laboratorial. A programação dessas coletas inclui os dias 13 e 14 de setembro, com o objetivo de verificar a presença da toxina nos moluscos.

Monitoramento e Origem do Problema

A CETESB está ativamente monitorando a floração das microalgas através de coletas de água. Os resultados das análises serão enviados às autoridades responsáveis para tomar decisões adequadas. O governo paulista acredita que a proliferação dessas microalgas possivelmente se originou de eventos que ocorreram no Sul do Brasil, onde marés vermelhas estão sendo notadas desde junho nas praias de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Cientista Alertam sobre Contaminação

O professor Leonardo Rörig, da Universidade Federal de Santa Catarina, ressalta a importância da vigilância para restaurantes e consumidores de frutos do mar. Ele destaca a possibilidade de detecção das microalgas mesmo quando não há alteração visível na cor do mar. Para assegurar a saúde pública, é essencial que todos os estados costeiros desenvolvam sistemas de monitoramento eficazes.

Causas e Prevenção

Rörig explica que fenômenos de maré vermelha tendem a ser mais frequentes no inverno e estão associados ao aumento da poluição orgânica e nutrientes no ambiente marinho. Além disso, as mudanças climáticas podem acelerar a proliferação dessas microalgas, tornando-as mais comuns especialmente em águas mais frias.

Importância do Monitoramento

Rörig menciona que São Paulo possui um dos melhores sistemas de monitoramento de balneabilidade do país e sugere que a inclusão de testes para identificação de espécies tóxicas poderia contribuir significativamente para a proteção da saúde pública no litoral.

"O monitoramento é a única arma que nós temos", conclui Rörig, enfatizando a necessidade urgente de um sistema abrangente de vigilância ambiental.

Tabela Resumo

Aspecto Descrição
Espécie de Microalga Dinophysis acuminata
Cidades Afetadas Cananéia, Peruíbe, Praia Grande, São Sebastião
Riscos à Saúde Diarreia, paralisia, câncer, risco de morte
Medidas Preventivas Evitar consumo de moluscos bivalves até nova análise
Ação do Governo Plano de contingência envolvendo diversas secretarias
Monitoramento Coletas em 13 e 14 de setembro
Causas de Proliferação Mudanças climáticas, poluição orgânica

A vigilância contínua e a conscientização são fundamentais para mitigar os riscos associados a esse fenômeno ambiental que, embora complexo, pode ser gerenciado com a adoção de medidas preventivas e informativas adequadas.

FAQ Perguntas Frequentes

O que são microalgas tóxicas e qual sua importância?

Microalgas tóxicas, como a Dinophysis acuminata, são organismos unicelulares que podem produzir toxinas nocivas, impactando a saúde humana ao serem ingeridas por meio de frutos do mar contaminados. É essencial estar ciente de seus riscos, especialmente em áreas litorâneas.

Quais os riscos à saúde associados ao consumo de moluscos bivalves contaminados?

O consumo de moluscos bivalves contaminados pode acarretar sérios problemas de saúde, como diarreia, paralisia, tumores no sistema digestivo, e em casos extremos, risco de morte. Portanto, deve-se ter cautela ao consumir esses alimentos durante surtos de microalgas tóxicas.

Quais medidas estão sendo tomadas pelo governo de São Paulo?

O governo de São Paulo recomendou evitar o comércio e consumo de moluscos bivalves do litoral paulista até que novos resultados de análises sejam divulgados. Além disso, um plano de contingência em conjunto com várias secretarias foi criado para gerenciar a situação e proteger a saúde pública.

Como está sendo feito o monitoramento das microalgas no litoral paulista?

A CETESB está realizando coletas regulares de amostras de água do mar e moluscos, com análises laboratoriais programadas para verificar a presença de toxinas. Essas coletas incluirão datas específicas, como 13 e 14 de setembro, para garantir monitoramento efetivo da situação.

O que causou a proliferação de microalgas tóxicas no litoral de São Paulo?

Os cientistas apontam que a proliferação de microalgas está relacionada a fatores como poluição orgânica, aumento de nutrientes no ambiente marinho e, possivelmente, mudanças climáticas. Estes fatores podem contribuir para um aumento na frequência de fenômenos de maré vermelha, especialmente no inverno.

Quais outras ações são recomendadas para garantir a segurança alimentar em relação aos frutos do mar?

É importante que consumidores e restaurantes estejam alerta e adotem práticas de vigilância contínuas. Além de evitar o consumo de moluscos em áreas afetadas, a implementação de testes para identificação de microalgas tóxicas em sistemas de monitoramento de balneabilidade pode ser uma medida eficaz.

Como a conscientização e a vigilância podem ajudar a mitigar os riscos de microalgas?

A conscientização sobre os riscos das microalgas e a vigilância contínua são fundamentais para mitigar os impactos dos fenômenos ambientais. Um sistema abrangente de monitoramento e informação permite que autoridades e a população se preparem melhor e adotem medidas preventivas eficazes.

Autor: Joyce Dias Webneder
Data de Publicação: 12/08/2024