Tirania sob a bandeira do feminismo, minorias, LGBT e identitarismo.
"O 'Colabô' revisita a colaboração na França ocupada pelos nazistas, refletindo sobre as consequências do 'wokismo' na cultura contemporânea. Bérénice Levet critica essa nova tirania ideológica, que silencia vozes críticas e ameaça a riqueza cultural."
Créditos e Referência da Imagem
O "Colabô" e o Novo Colaboracionismo Cultural
O que Significa "Colabô"?
A expressão "colabô", que tem origem na língua francesa, refere-se a indivíduos que, durante a ocupação nazista na França, decidiram colaborar com o regime invasor. Essa colaboração, no entanto, não se limitou a aqueles que tinham uma aliança direta com os nazistas; após a queda do regime, qualquer pessoa que possuísse inimigos poderia ser alvo da "fogueira", se esses inimigos soubessem usar a situação política a seu favor.
O Novo Contexto Cultural: Colaboração sob a Pauta "Woke"
O Que é o "Wokismo"?
O "wokismo" pode ser entendido como um fenômeno cultural que se caracteriza pela promoção de uma certa agenda social, referente a questões de raça, gênero e sexualidade. O medo de ser rotulado como racista, homofóbico ou misógino leva muitos a se submeterem a essa nova ordem, que Bérénice Levet critica em seu livro La Courage de la Dissidence, l’Esprit Français contre le Wokisme.
Consequências da Submissão ao "Wokismo"
Como o "Wokismo" Afeta a Produção Intelectual?
- Ambiente Hostil para a Criatividade: O receio da acusação de preconceito pode silenciar vozes críticas e limitar a produção de arte e letras.
- Pressão Social: Criadores e intelectuais que se opõem ao "wokismo" frequentemente enfrentam boicotes, perda de oportunidades profissionais e isolamento social.
- Desqualificação do Discurso: A insinução de que alguém é “problemático” pode destruir a reputação de um autor ou artista, levando ao apagamento de suas contribuições culturais.
A Visão de Bérénice Levet
Críticas ao Obscurantismo Cultural
Bérénice Levet apresenta um alerta sobre o que ela considera uma onda de obscurantismo na cultura contemporânea. Com a ascensão do "wokismo", acredita-se que a herança cultural francesa e ocidental estar em risco. Segundo Levet, essa nova tirania reúne:
- Identitarismo: Foco excessivo em categorias sociais específicas.
- Culto às Minorias: Uma forma de idolatrar aspectos de grupos minoritários à custa de um diálogo genuíno.
- Feminismo Radical: Que ela caracteriza como severo e castrador.
- Crítica Decolonial: Que, segundo Levet, proporciona uma visão distorcida da história.
A Proposta de Resposta Cultural
- Retomar o Repertório Cultural: Levet sugere que a França e o Ocidente devem parar de se sentir culpados e responder com as contribuições ricas de sua tradição cultural.
- Denunciar o Clero "Woke": A crítica é direcionada ao que Levet considera um grupo que não promove avanços intelectuais, mas sim uma forma predatória de reserva cultural.
Reflexões sobre a Cultura Brasileira
No contexto brasileiro, a situação parece ainda mais grave, com a cultura já sendo severamente afetada pelas imposições do "wokismo". A imposição ideológica se estende por:
- Produções Artísticas: Estão cada vez mais cooptadas por essa agenda.
- Consequências Profundas: A recusa em se submeter leva a perdas significativas, como perda de emprego e reconhecimento.
Exemplos Históricos e Filosóficos
A Marquesa de Sévigné como Referência
Levet considera a Marquesa de Sévigné (1626-1696) um símbolo da riqueza cultural da França. Suas cartas, que abordam nuances da condição humana e mantêm uma conexão com pensadores como Descartes e Pascal, representam uma forma profunda de compreensão humana que contrasta com a superficialidade do discurso "woke".
Citações Contextualizadas
Em referência a Alexis de Tocqueville, Levet aponta uma predição sobre a superficialidade da cultura americana, que se alinha com a tendência atual de priorizar vozes que prometem indignação, mas falham em oferecer substância intelectual.
"Uma linha escrita pela Marquesa de Sévigné vale mais do que tudo nesse paradigma tirânico, sufocante e empobrecedor que é o 'wokismo'." - Bérénice Levet
Conclusões Precipitadas
Num reflexo sobre o estado atual da cultura, Levet observa que a legitimidade intelectual está, de certa forma, sendo corrompida. A celebração de ideias vazias, disfarcadas de sensibilidade e indignação, sobressaem em detrimento das vozes que realmente desafiam e contribuem para o debate cerebral.
FAQ Perguntas Frequentes
O que é o "Colabô"?
O "Colabô" é uma expressão que se refere a indivíduos que colaboraram, durante a ocupação nazista na França, com o regime invasor. Essa colaboração não se restringiu apenas àqueles com laços diretos aos nazistas, mas incluiu qualquer pessoa que, após a queda do regime, pudesse ser alvo de retaliação por seus inimigos. A ideia central é a complexidade da colaboração em contextos políticos adversos.
Como o "wokismo" se relaciona com o Novo Colaboracionismo Cultural?
O "wokismo" é um fenômeno cultural que busca promover uma agenda social relacionada a questões de raça, gênero e sexualidade. Sob pressão desse contexto, muitos indivíduos podem se sentir forçados a se submeter a essa nova ordem para evitar serem rotulados como racistas ou homofóbicos. Isso leva a uma forma de colaboração involuntária com normas que, segundo críticos como Bérénice Levet, podem sufocar a criatividade e o debate intelectual.
Quais são as consequências do "wokismo" na produção intelectual?
O "wokismo" cria um ambiente hostil para a criatividade, pois o medo de serem acusados de preconceito inibe a expressão artística e intelectual. Além disso, aqueles que se opõem a essa ideologia podem sofrer boicotes e rejeição no setor criativo, prejudicando suas carreiras e reputações, resultando em um apagamento cultural significativo.
O que Bérénice Levet critica em relação ao "wokismo"?
Bérénice Levet critica o que ela considera uma onda de obscurantismo cultural, onde aspectos importantes da herança cultural e intelectual estão sendo desvalorizados. Ela menciona elementos como o identitarismo exagerado, a idolatração das minorias em detrimento de diálogos significativos, e um feminismo radical que pode ser opressivo.
Qual é a proposta de Levet para responder ao "wokismo"?
Levet sugere que a França e o Ocidente devem retomar e afirmar seu repertório cultural, em vez de continuar se sentindo culpados. Ela propõe um reconhecimento e valor da rica tradição cultural ocidental e critica o que ela percebe como um clero "woke", que falha em promover avanços intelectuais, priorizando em vez disso uma reserva cultural predatória.
Como o "wokismo" afeta a cultura brasileira?
No Brasil, o impacto do "wokismo" é considerado ainda mais severo, com produções artísticas sendo cada vez mais moldadas por essa ideologia. Os artistas que se recusam a se submeter frequentemente enfrentam consequências profundas, incluindo a perda de empregos e de reconhecimento no meio cultural.
Quem é a Marquesa de Sévigné, e qual seu papel na crítica ao "wokismo"?
A Marquesa de Sévigné, uma escritora do século XVII, é citada por Levet como um símbolo da riqueza cultural da França. Suas cartas revelam uma profunda compreensão da condição humana, contrastando com a superficialidade do discurso promovido pelo "wokismo". Levet argumenta que obras desse nível foram eclipsadas pela celebração de ideias superficiais que dominam a cultura contemporânea.
Autor: Joyce Dias Webneder
Data de Publicação: 11/08/2024